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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Adotado por famosos, o jejum intermitente faz bem?

Técnica varia entre horas sem comer e janela de alimentação
(Ilustração: Morgana Miranda/CORREIO)
Já pensou ficar horas e horas sem comer? Chegando a passar quase que um dia inteiro sem ingerir um petisco sequer? Pois essa é a proposta do jejum intermitente. A ideia ganhou força em 2012, quando o jornalista britânico Michael Mosley lançou o documentário Eat, Fast & Live Longer (“Coma, jejue e viva mais”, em inglês). A dieta ganhou fama quando famosas como Beyoncé, Deborah Secco, Sabrina Sato e Juliana Paes admitiram já ter experimentado.

Funciona assim: há o período do jejum e a janela de alimentação. Durante o primeiro momento, não é permitido comer nada, mas pode beber água, café e chá  (sem açúcar ou adoçante). O jejum deve durar mais de 12 horas, sendo os mais comuns de 14  e 16 horas - incluindo o sono. Há também quem se alimente só uma vez por dia - jejum de 23 horas. Podem funcionar diariamente ou em dias alternados.
“Na janela de alimentação, deve-se dar preferência a proteínas com pouca gordura, legumes, verduras, tubérculos e frutas com casca, evitando produtos industrializados e refinados, como pão e macarrão”, explica a nutricionista Alice Alagia. A quantidade de refeições durante a janela não é restrita, mas a ideia é que só se coma quando realmente estiver com fome.
O estudante de Medicina William Araújo é um dos adeptos. “Agora, estou  no jejum de 14 horas. Faço minha última refeição às 19h e só volto a comer às 9h. No meu caso, é obrigatório me alimentar de manhã.  Opto por ovos, frutas como ameixa e morango, e até bacon. Depois, só me alimento com fome, fazendo cerca de três ou quatro refeições ao longo do dia”, diz.
Cuidado!

Melhora do colesterol e do sistema hormonal, emagrecimento e diminuição do risco de contrair doenças autoimunes são alguns dos benefícios que estariam associados ao método. ‘Estariam’ - assim mesmo, escrito no futuro do pretérito.

“Essa técnica começou com estudos em ratos, assim como tantas outras. Só que não há tantos testes em humanos que garantam que realmente funcione”, fala a nutricionista Thiala Duarte.
Alice concorda. “Não existem estudos que identifiquem qual é a forma de potencializar para que a gordura seja queimada primeiro. Pode ser que seu organismo queime mais proteína - ou seja, mais músculo - do que gordura, na intenção de normalizar a glicemia. E isso é capaz de gerar perda de massa muscular. Os estudos hoje relacionados ao jejum intermitente são feitos em ratos e os que são feitos em humanos não são conclusivos. É dar um tiro no escuro”.
Problemas
Essa não é a única desvantagem da técnica. “Se você gosta de comer e é privado disso, não vai rolar. Vai ficar mal- humorado, com raiva do chefe, estressado no trânsito. Se a pessoa não tem o perfil de se privar de comida, para que iríamos impor isso?”, comenta Thiala. “Quem não se adapta pode ter dor de cabeça,  ansiedade e até depressão. Sem contar no mais comum: a compulsão”, completa Alice.
Foi o que aconteceu com o advogado Ricardo Paranaguá. “Fiz o jejum por cerca de três meses, chegando a me alimentar apenas uma vez no dia. Acabei exagerando na quantidade de proteína que comia. Quando fui ver os resultados dos meus exames, não estavam bons”, lembra.
Há ainda outro problema. “A quebra acentuada e em curto espaço de tempo de triglicerídeos gera um excesso de corpos cetônicos. Eles são tóxicos para o organismo. Nesse excesso, podem alterar o pH sanguíneo e gerar a cetoacidose. Ela pode causar fadiga intensa, vômito, náusea, dor abdominal, confusão mental, levar à desidratação e  até a morte”, fala Alice. Com todas essas desvantagens, o jejum é estritamente proibido para gestantes, lactantes, crianças e adolecentes, idosos, pessoas com doenças crônicas e de baixo peso.
“Há quem se adapte bem? Sim. Mas não vou expô-la ao extresse desnecessário”, garante Alice.  “Eu posso chegar no mesmo lugar que chegaria com o jejum mas  sem precisar ser tão restritivo, com a pessoa se alimentando tranquilamente. A nutricionista sempre tem um plano de ação  para o paciente. Você sabe o que está fazendo com esse paciente, onde quer chegar”, diz Thiala.
“É uma estratégia de emagrecimento, porém, sem acompanhamento,  é capaz gerar sérios problemas. Além de pensar muito bem antes de fazer, é preciso procurar um profissional”, finaliza Alice.
FONTE: CORREIO 24 HORAS

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